O campo das enfermidades reumáticas inflamatórias imunológicas tem testemunhado um enorme progresso nas últimas décadas. Embalada por necessidades clínicas de pacientes com doenças de difícil controle, projetadas por um conhecimento mais profundo na imunologia clínica envolvida em tais enfermidades e tornadas factíveis por um grande avanço na biotecnologia, novas terapias, denominadas imunobiológicas, surgiram para a reumatologia brasileira no final da década de 90.
Imunobiológicos são substâncias terapêuticas produzidas por sistemas biológicos vivos, com estrutura molecular complexa, de alto peso molecular e homólogas às proteínas humanas, interagindo com alvos bem específicos. As medicações imunobiológicas de uso na reumatologia, do ponto de vista estrutural, podem ser anticorpos monoclonais quiméricos, humanizados ou humanos, peguilados ou não, e ainda proteínas de fusão receptor / anticorpo.
Diferentes dos fármacos sintéticos convencionais, que tem efeitos anti-inflamatórios e antiproliferativos de forma não específica para os diferentes tecidos, os imunobiológicos interagem como “um bisturi farmacológico” com elementos chaves envolvidos no processo de doença.
O conhecimento cada vez mais específico dos mecanismos imunológicos envolvidos nas diferentes doenças reumáticas inflamatórias direcionou o desenvolvimento de medicamentos que interagem com citocinas, receptores celulares, fatores de estimulação de células, fatores de transcrição e sinalização, proteínas de sistemas inflamatórios e osteometabólicos e tantos outros.
Os fármacos imunobiológicos não são comercializados, de rotina, nas farmácias. São medicamentos de muito alto custo. O acesso à maior parte deles é prevista em Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, sendo portanto disponíveis através da atenção farmacêutica especializada do Sistema Único de Saúde (SUS) ou, também, são de custeio obrigatório pelos Planos de Saúde, sempre que observados critérios médicos.
São de aplicação subcutânea ou endovenosa, com frequência variável, de semanal até semestral. Podem ser autoadministrados, com ou sem auxílio de profissional da saúde, ou também pode ser necessária a administração em Centros Especializados de Infusão.
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