Síndrome antifosfolipídica (SAF): quando pode ser a causa de doenças comuns.

 

 

A Síndrome antifosfolipídica (SAF) é uma enfermidade reumática pouco conhecida da população não médica. Trata-se de condição autoimune, na qual indivíduos geneticamente predispostos produzem anticorpos contra o próprio organismo, com a particularidade de produzirem trombos (coágulos) nos vasos de sanguíneos. Pode afetar artérias ou veias de todo o organismo. 

A freqüência dessa doença na população não é bem conhecida, mas afeta mais mulheres que homens, especialmente indivíduos mais jovens. 

Pode causar um variedade muito grande de problemas, alguns muito comuns na população geral, no entanto por mecanismos diferentes. 

O reconhecimento da enfermidade é mandatório, já que a recorrência das complicações é alta.  O tratamento, no geral, é feito com o uso de anticoagulantes para o resto da vida.

 

Conheça as manifestações mais comuns da Síndrome Antifosfolipídica:

 

• Trombose venosa profunda (TVP): trata-se da formação de coágulos nas veias da panturrilha, provocando dor aguda, inchaço e dificuldade para caminhar. Até 25% dos casos de TVP é provocado por SAF. 

• Acidente vascular cerebral (AVC): obstrução da circulação dos vasos arteriais cerebrais, provocando mais frequentemente paralisias agudas em metade do corpo, dificuldade de fala, desvios da boca e alterações de sensibilidade. É obrigatória a investigação da SAF em pacientes que tiveram AVC com menos de 50 anos de idade, já que ela pode ser responsável por até 1\5 dos casos.

• Abortamentos de repetição ou óbito fetal tadio: manifestação obstétrica da SAF, decorrente principalmente da formação de trombos na circulação útero-placentária, resultando em prejuízo do desenvolvimento da gravidez. Os abortamentos precoces são comuns nos humanos, porém quando repetidos devem exigir investigação mais aprofundada.

• Migrânea: a popular enxaqueca, que pode mesmo ser de longa data. Não há nenhuma diferença de sintomas daquela associada ou não à SAF.

• Plaquetopenia: redução do número de plaquetas, que são as células envolvidas na coagulação do sangue. Costuma ser leve, não provoca sintomas, sendo mais freqüente achado ocasional em exame de sangue.

• Livedo reticular: trata-se de alteração de pele, que produz um aspecto semelhante a um rendilhado branco e avermelhado, que costuma ficar mais evidente em baixas temperaturas. Pode ocorrer em qualquer área do corpo e não produz sintomas. É um sinal facilmente perceptível e pode ser encontrado na SAF e em uma série de outras enfermidades reumáticas autoimunes. 

 

 

 

 

Dr Leandro Tavares Finotti