A psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, autoimune, caracterizada por lesões avermelhadas, elevadas, com descamação de coloração prateada, com evolução cíclica, ou seja, com lesões que podem desaparecer e reaparecer periodicamente. Os locais do corpo mais afetados são cotovelos, joelhos, regiões de implantação do cabelo e atrás da orelha, no tronco e regiões de palmas das mãos e plantas dos pés, porém pode se espalhar pela pele de todo o corpo. As unhas também podem ser acometidas.
Essa dermatose aparece por defeitos do sistema imune, com infiltração de células do sangue autorreativas (reagem contra o próprio organismo) que causam agressão às células normais da pele, e também geram substâncias de inflamação. Como resultado, a pele fica inflamada, se tornando avermelhada, e a morte e reprodução acelerada dos queratinócitos (tipo de célula da pele) traz a descamação característica.
A psoríase tem fatores de risco genéticos e também ambientais. Entre 30 a 40 % dos pacientes com psoríase já tem histórico na família. Os fatores do ambiente que aumentam o risco da doença, ou mesmo a pioram, são a obesidade, o estresse emocional, o tabagismo, o álcool, infecções, traumas da pele e alguns medicamentos. Tem recebido grande atenção a íntima relação da psoríase com a obesidade. O aumento de citocinas inflamatórias que ocorre na psoríase também é encontrado no tecido gorduroso, sendo que ambos se perpetuam. O resultado é um grande aumento do risco cardiovascular e mortalidade precoce.
A psoríase é uma enfermidade frequente, acometendo entre 1 a 3 % da população mundial, afetando homens e mulheres em iguais proporções. Tem dois picos de incidência, antes dos 30 anos ou após os 50 anos, porém pode aparecer em qualquer época da vida. Segundo dados nacionais, há cerca de 5 milhões de pacientes com psoríase no Brasil e segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia apenas 5% estão em tratamento.
As lesões podem ter pouco ou nenhum sintoma, mas nas formas mais graves é frequente a coceira, a ardência, e a descamação, que somados ao desconforto estético, impactam gravemente a qualidade de vida do indivíduo. Há várias formas de lesões da psoríase:
O que muita gente não sabe é que pacientes que têm psoríase tem risco aumentado de desenvolver reumatismo. Os defeitos imunológicos necessários para o desenvolvimento da doença de pele são compartilhados para o desenvolvimento de lesões ao sistema musculoesquelético. A artrite psoriásica, o reumatismo associado à psoríase, acomete entre 5 a 20% dos pacientes com psoríase e pode trazer sérias deformidades, algumas mutilantes.
Na maioria dos pacientes, 80% em alguns estudos, a psoríase precede os sintomas reumatológicos, sendo portanto, importante saber quais os pacientes de maior risco e como identificar o início das manifestações musculoesqueléticas.
Os indivíduos portadores de psoríase de maior risco de desenvolvimento de artrite psoriásica são os que tem envolvimento das unhas, lesões de couro cabeludo e região perianal / sulco interglúteo.
Grupos internacionais desenvolveram diversos questionários para suspeita precoce da artrite psoriásica em pacientes portadores de psoríase. Um deles, o EARP, foi desenhado para ajudar os médicos dermatologistas a identificar um possível caso, mas pode ser útil em trazer informação à população geral. Deve ficar claro que o diagnóstico da artrite psoriásica deve ser feita pelo reumatologista com base em características clínicas, exame físico minucioso, exames de laboratório e por vezes também de imagem.
Responda ao questionário na sequência:
Para mais informações, acesse a cartilha de Artrite Psoriásica da Sociedade Brasileira de Reumatologia: Aqui
Nos envie um email com seu interesse em se consultar com Dr Leandro Finotti, que entraremos em contato para maiores explicações e confirmação do agendamento.
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