A artrose é a enfermidade reumática mais frequente, e os joelhos são as articulações mais acometidas. Há vários fatores causais, sendo a idade um dos mais importantes, visto notório aumento de prevalência da enfermidade com o envelhecimento. O tratamento baseado em guias universais pode ser insatisfatótio para uma parcela de pacientes.
Intenso esforço tem sido feito pela comunidade científica para se entender as particularidades de doença de forma individualizada, já que a percepção clínica é de haver grupos de pacientes com características diferentes de doença e com evolução diferenciada.
A pesquisa se fundamenta na análise dos seguintes traços:
A importância dessa abordagem é proporcionar melhor compreensão sobre os diferentes mecanismos envolvidos na artrose de joelhos, de modo que o tratamento possa interferir de forma mais eficaz nos fenômenos principais de doença de cada paciente.
E revisão extensa de literatura (veja aqui) possibilitou categorizar ao menos 6 grupos distintos de pacientes com artrose de joelhos
Pacientes com dor desproporcional ao quadro de lesão estrutural. Normalmente têm várias outras áreas de dor corporal, sendo os joelhos apenas mais uma. Apresentam alterações neuroquímicas em vias cerebrais e medulares de percepção ou controle da dor. Frequentemente se beneficiam de medicações antidepressivas e anticonvulsivantes para melhora da dor.
Apresentam um componente sinovial (revestimento da articulação) mais ativo, com secreção de citocinas inflamatórias em maior concentração. Podem se beneficiar de medicamentos com ações anti-inflamatórias mais evidentes como a hidroxicloroquina, diacereína ou mesmo o metotrexato. Infiltrações intra-articulares com corticóide são úteis quando houver dor persistente ou derrames articulares.
A síndrome metabólica é condição cuja caracterização central é a resistência insulínica, e se apresentam com obesidade abdominal, hipertensão, diabetes, redução do HDL-colesterol (“colesterol bom”) e aumento do triglicérides. Trata-se de um estado inflamatório, em que as células gordurosas produzem substâncias de inflamação de nome citocinas (TNF-alfa, Il-6) e adipocinas.
Os pacientes com síndrome metabólica estão expostos a apresentar a artrose, inclusive alguns autores a consideram seu sexto elemento. A ligação pode ser a inflamação do corpo como um todo, alterando o metabolismo ósseo e da cartilagem articular, ou através de efeitos diretos de cada um dos elementos que compõem a síndrome nos tecidos articulares.
Esse tipo de portador de artrose pode se beneficiar com o adequado controle de cada um dos componentes da condição metabólica.
Grupo de pacientes com alterações intrínsecas do metabolismo da cartilagem hialina articular e do osso recoberto por ela, de nome osso subcondral. Os distúrbios podem ser modulados, especialmente se a intervenção for precoce, com medicações de ação lenta, popularmente conhecidas como “condroatuantes” e, possivelmente, com medicações direcionadas ao metabolismo ósseo. Substâncias terapêuticas que podem beneficiar são sulfato de glucosamina e condroitina, extrato insaponificável de soja e abacate, colágeno hidrolisado e ácido hialurônico por injeção intra-articular (viscossuplentação).
São pacientes que apresentam distúrbios biomecânicos de desalinhamento articular, como genu varo ( “joelhos arqueados para dentro”), aumento de massa corporal, ou fraqueza muscular do quadríceps (músculo anterior da coxa). Podem se beneficiar de perda de peso, correções de alinhamento, como através do uso de palmilhas, e exercícios de fortalecimento bem dirigidos (cuidado necessário para se evitar aumento de sobrecarga) mais que propriamente de medicamentos.
Grupo menos compreendido, em que a degeneração da cartilagem é menor, sintomas costumam ser mais leves e a evolução bastante lenta. O tratamento costuma ser bem mais satisfatório, ou mesmo de pouca influência.
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