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Lúpus Eritematoso Sistêmico e Doença Renal

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O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma enfermidade reumática que produz surtos de inflamação em diferentes órgãos, sendo os rins um dos principais alvos. Em até 60 % dos pacientes pode haver insulto renal com expressão clínica, ou seja, capaz de ser percebido pelo médico sem exames mais invasivos, e com necessidade de tratamento.

A doença renal lúpica traz sintomas tardios, sendo que alterações assintomáticas em exames de laboratório é forma de detecção mais precoce.

Os sintomas de envolvimento dos rins mais comuns são urina espumosa, inchaço pelo corpo, aumento da pressão arterial e redução do volume da urina. Dor nas costas, na área lombar, não é sintoma esperado, ou melhor, pode ocorrer em casos pouco freqüentes de trombose dos vasos arteriais e venosos dos rins.

Vários compartimentos renais podem ser afetados, sendo os mais freqüente os glomérulos, que são tufos de vasos sanguíneos responsáveis pela filtração do sangue. Os túbulos são também comumente envolvidos, que são “tubos” por onde passa a urina recém produzida pela filtração do sangue, e responsáveis pela acidificação e concentração da urina. O mesângio, e os vasos que trazem e levam o sangue dos rins podem ser acometidos.

As alterações laboratoriais mais comuns de envolvimento renal podem ser percebidas pelo exame de urina e da chamada proteinúria de 24 h. A presença de hemácias e leucócitos em exame de urina simples em pacientes com LES podem sinalizar para inflamação dos glomérulos, a chamada glomerulonefrite, especialmente se acompanhada de aumento de proteínas. O aumento de proteínas no exame de urina simples, e que pode ser quantificada pela chamada proteinúria de 24 hs, é sinal de problemas envolvendo a filtração glomerular. O envolvimento dos túbulos pode ser suspeitado quando há redução da densidade e alteração do Ph no exame de urina simples.

A doença renal lúpica pode ser a primeira manifestação dessa enfermidade reumática, e em alguns poucos casos, a única. Para os pacientes já com diagnóstico de LES com base em acometimento de outros órgãos, o monitoramento do acometimento renal deve ser sempre realizado.

Embora o diagnóstico do envolvimento renal possa ser realizado com base na sintomatologia e exames não invasivos, a biópsia renal com imunofluorescência deveria ser feita para todos aqueles com doença renal mais significativa. A biópsia é feita através da pele, após anestesia local, com auxílio de agulha e guiado por imagem, realizado por profissional experiente. Possibilita equilibrar o tratamento, não sendo pouco e nem mais agressivo que a necessidade.

O tratamento da doença renal envolve uso de corticóides, muitas vezes em doses mais altas, seja por via oral ou pulsoterapia, imunossupressores e imunobiológicos, e medicamentos auxiliares.

É feito em uma primeira fase chamada de indução e uma de manutenção. A indução tem duração média de 6 meses, podendo se prolongar para 7 a 9 meses. A manutenção é mais variável, por volta de 2 anos.

Busca-se remissão completa ou parcial em 6 meses, porém isso é alcançado em menos de 50% dos pacientes. Assim, o alcance dessa meta em 1 ano é mais realista, e está relacionada fortemente com bom prognóstico.

Orientações dietéticas, uso de hidroxicloquina, reposição de vitamina D quando necessário, uso de medicações antiproteinúricas auxiliares (antihipertensivos IECA e antagonistas do receptor da angiotensiva), controle adequado da pressão arterial, glicemia e colesterol são muito importantes, e devem ser feitos em paralelo ao tratamento imunossupressor principal.

A gestação deve ser planejada em toda paciente lúpica, para períodos que não estejam com doença ativa. O tratamento da nefrite em pacientes gestantes é muito complicado, pois a maioria das medicações não são compatíveis com esse período, além de comumente haver piora da doença e risco de complicações para o feto. Dessa forma, é necessário uso de métodos anticoncepcionais em pacientes com LES e com doença renal em tratamento.

Pacientes com doença renal costumam estar mais sujeitos a infecções, sendo que cuidados de convívio social, laboral e realização de vacinas são importantes.

A doença renal lúpica pode evoluir com prejuízo permanente da função dos rins em 10 a 30 % dos casos, tornando-se renais crônicos com necessidade de diálise. Os pacientes mais sujeitos a evolução renal desfavorável são aqueles que iniciam doença dos rins muito jovens, com proteinúria muito elevada, os homens, indivíduos de raça afrodescendente e hispânicos, com retardo de início de tratamento ou com interrupções.

O transplante renal para os casos que tiveram doença dos rins não responsiva tem sido bem sucedido.

 

 

 

Dr Leandro Tavares Finotti

 

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