A Fibromialgia tem a dor como pilar central de sintomas. Caracteristicamente é crônica, difusa, acima e abaixo da cintura e de um lado e outro do corpo. Porém, há uma constelação sintomática típica dessa condição, inclusive necessária para o devido diagnóstico da enfermidade. Fazem parte dos principais elementos: sono não reparador, fadiga durante o dia e prejuízo de memória.
É também bem estabelecido na literatura a alta frequência de associação da Fibromialgia com sintomas psicoafetivos, como Depressão, Transtorno de ansiedade ou Bipolaridade, alcançando de 25 a 75% dos pacientes.
A fadiga é um sintoma satélite que causa um enorme prejuízo na qualidade de vida e de produção no trabalho dos pacientes portadores de fibromialgia. Os índices de fadiga entre pacientes fibromiálgicos costumam ser significativamente maiores que entre os portadores de Artrite Reumatóide ou Osteoartrite (artrose).
No entanto, o que determina a fadiga entre os pacientes portadores de fibromialgia não é consenso. Há três hipóteses:
Para tentar responder ao questionamento, estudo bem desenhado, relizado por grupo americano da Califórnia (veja aqui), trouxe importantes conclusões. O modelo de encadeamento dos sintomas mais provável, encontrado nos resultados, foi: a dor é a determinante da fadiga do dia seguinte, por meio de sua influência no sono.
Com base nesse resultado, a dor deve ser o elemento central na abordagem de tratamento dos pacientes com fibromialgia, para que disso resulte um sono de melhor qualidade e por consequência, menos fadiga. Esse paradigma é importante, já que alerta que depressão e insônia desempenham papel secundário, mas necessário para perpetuar o ciclo vicioso dor-insônia-fadiga.
Abordagens medicamentosas voltadas diretamente para a fadiga podem ajudar, mas devem ser estratégia complementar em um tratamento amplo. Fármacos como o modafinil ou metilfenidato podem ser utilizados no arsenal para redução da fadiga.
Atividade física desempenha um papel fundamental em reduzir a fadiga, mas pode ser de execução difícil para os pacientes mais sintomáticos. Dessa forma, o início do tratamento medicamentoso da dor pode ser necessário para permitir maior adesão dos pacientes ao plano de exercícios físicos.
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