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Fibromialgia ou Apnéia do Sono: atenção em obesos

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O Fibromialgia é um diagnóstico clínico, realizado através da experiência do médico em ouvir os sintomas relatados pelo paciente e examiná-lo. O sintoma central é dor difusa, acima e abaixo da cintura, de um lado e outro do corpo, somados a uma constelação de queixas, como sono não reparador, fadiga, problemas de memória. Associação com transtornos psicoafetivos é comum, como depressão, ansiedade e outros.

Atenção especial deve ser dada para diagnósticos alternativos, já que podem exigir tratamentos diversos. Entre eles, a Apnéia do Sono é relevante, especialmente entre pacientes com sobrepeso e obesos.

A Apnéia do Sono é a parada da respiração, com microdespertares para que haja a retomada dessa função, que ocorre especificamente durante o sono. Isso deve ocorrer no mínimo 5 vezes no intervalo de uma hora, porém em casos mais graves, ultrapassa 30 episódios. Trata-se de condição médica comum, acometendo até 3 em cada 10 homens, ou 1 em cada 5 mulheres.

O tipo mais comum é a Apnéia Obstrutiva do Sono, condição em há uma obstrução da passagem de ar através do nariz ou da garganta. O estreitamento da via respiratória provoca uma vibração na garganta que gera o ruído do ronco. Os microdespertares podem não ser percebidos pela pessoa, mas pelo parceiro. É comum haver engasgamentos ou despertares maiores ofegantes.  Tem múltiplos fatores, sendo os principais:

São fatores predisponentes: 

  • Sexo masculino e hereditariedade.
  • Aumento da idade (mais comum após os 35 anos).
  • Obesidade.
  • Circunferência do pescoço maior que 40 cm.
  • Uso de drogas relaxantes musculares, sedativos e álcool.
  • Tabagismo.

Durante os episódios de apnéia existe redução da oxigenação dos tecidos do corpo, que se somados ao sono entrecortado e hiperativação do sistema nervoso, resultam em variados sintomas durante o dia:

  • Cansaço constante.
  • Falta de energia.
  • Lapsos de memória.
  • Dificuldade de concentração.
  • Humor depressivo.

Os sintomas da Apnéia do Sono se aproximam muito daqueles provocados pela Fibromialgia. A diferenciação entre ambas é muito importante. Medicações comumente utilizadas para a Fibromialgia, como antidepressivos, relaxantes musculares e antiepiléticos, podem piorar a Apnéia do Sono. Além de que, a Apnéia do Sono deve receber tratamento específico para que não evolua com complicações metabólicas e cardiovasculares, entre elas a hipertensão arterial, o diabetes do tipo II, a obesidade e insuficiência cardíaca.

A dor no corpo costuma ser sintoma mais pronuncinado nos pacientes com Fibromialgia, já para aqueles portadores de Apnéia do Sono há predomínio de cansaço e eventualmente, corpo indisposto. Os pontos dolorosos (“tender points”) à compressão típicos da Fibromialgia, em diferentes áreas do corpo, podem também ser encontrados em pacientes portadores de Apnéia do Sono, sendo reflexo de uma estado de maior estresse.

É fundamental questionar pacientes que apresentem sintomas próximos da Fibromialgia e seus parceiros, especialmente os obesos, sobre a existência de roncos noturnos, despertares com sensação de sufocamento. O diagnóstico definitivo da Apnéia do Sono é feito através de exame chamado Polissonografia. As modalidades de tratamento são varivéis, e envolvem perda de peso, ajustes de comportamentos higiênico-dietéticos e hábitos de vida, cirurgias, dispositivos intraorais e uso de aparelhos noturnos de auxílio na respiração de nome C-PAP.

 

 

 

Dr Leandro Tavares Finotti

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