A Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória crônica que é caracterizada por inflamação predominante da coluna vertebral, iniciando normalmente na base de sua articulação com a bacia (articulações sacroilíacas), podendo evoluir com formação óssea que funde as articulações da coluna (anquilose), trazendo enrijecimento progressivo dos movimentos. São comuns também as entesites (tendão de Aquiles e fáscia plantar), artrites de grandes articulações de membros inferiores (quadril, joelhos e tornozelos) e uveítes (inflamação ocular).
A enfermidade acomete especialmente adultos jovens, entre 20 e 30 anos de idade, sendo raro o início dos sintomas após os 45 anos. É duas a três vezes mais freqüente em homens que mulheres, no entanto, as mulheres desenvolvem alterações estruturais da coluna mais tardiamente. Tem forte associação com fatores genéticos, o reconhecido HLA B 27, mais prevalente na população branca. No Brasil, devido à intensa miscigenação, tornou a doença comum em mulatos.
A prevalência da doença nos diferentes povos acompanha a freqüência do gene de susceptibilidade HLA B 27, variando entre 0,1 e 1,4% da população. Dessa forma, é considerada enfermidade freqüente.
O sintoma inicial mais comum é dor persistente por mais de três meses na coluna lombar, a chamada lombalgia crônica. A alta frequência desse sintoma na população geral e a baixa frequência da Espondilite Anquilosante nesse universo gigante de casos (média 5% em estudo emblemático), torna fundamental o reconhecimento de particularidades dessa enfermidade. O atraso diagnóstico pode chegar a uma década em algumas populações.
Importante grupo internacional (ASAS) publicou recomendações para médicos não reumatologistas sobre encaminhamento de pacientes suspeitos. Entre as características, a presença de dor lombar persistente há mais de 3 meses, ocorrendo entre pacientes com menos de 45 anos de idade e com características inflamatórias, é de suspeira para o diagnóstico de Espondilite Anquilosante.
A população leiga pode reconhecer as características da lombalgia inflamatória respondendo ao questionário a seguir:
Embora de suma importância, o teste tem objetivo de trazer informação à população, sendo que o diagnóstico da Espondilite Anquilosante deve ser feito por uma conjunção de sintomas, sinais e exames interpretados pelo médico reumatologista.
Muitas vezes, quanto mais precoce os sintomas, aumenta-se a chance de diagnósticos iniciais indiferenciados, chamados de Espondiloartrite Indiferenciada. Esses casos podem evoluir para Espondilite Anquilosante, ou outras enfermidades relacionadas, ou ainda assim, entrar em remissão. Os principais fatores que predizeram evolução para a Espondilite Anquilosante em um trabalho com população brasileira foram a dor glútea persistente e a positividade do gene do HLA B 27.
A Espondilite Anquilosante não tem cura, porém o tratamento pode fornecer melhora da dor, da inflamação e da mobilidade da coluna. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de redução do dano ósseo irreversível, melhorando a capacidade funcional, qualidade de vida e expectativa de vida do indivíduo com esta enfermidade.
Para mais informações, acesse a cartilha de Espondilite Anquilosante da Sociedade Brasileira de Reumatologia: Aqui
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