A dor na porção mais baixa da coluna, a chamada lombalgia, é queixa altamente frequente na população. Segundo a OMS, mais de 80% das pessoas irão apresentar algum episódio ao longo da vida.
A maioria das lombalgias é considerada aguda, aparece de forma relativamente rápida, frequentemente tem causa reversível, muitas vezes espasmos musculares e ligamentares, e se resolve entre 4 e 12 semanas em 90% dos casos. Apenas 10% se tornam portadores de dor lombar crônica, que é aquela que dura além de três meses.
Como existe um grande número de estruturas na coluna, como ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações, disco intervertebral, há inúmeras causas diferentes para a dor. No entanto, a caracterização da origem da dor é um enorme desafio clínico para o médico especialista no aparelho locomotor, pois:
Tais fatos fazem do diagnóstico da causa da síndrome dolorosa lombar um processo eminentemente clínico, apoiado na experiência do médico em correlacionar o relato dos sintomas do paciente, histórico pregresso de dor e antecedentes médicos, atividades cotidianas, e exame físico bem feito.
Os exames complementares devem ser solicitados em situações específicas, especialmente nos casos de lombalgia crônica sem melhora com o tratamento proposto ou em casos de suspeita de doença grave da coluna. No entanto, há uma grande armadilha envolvida nos exames de imagem, principalmente com a ressonância nuclear magnética (RNM), que é o exame mais solicitado:
Assim, três conclusões se tornam claras:
Mas, porque um paciente com lombalgia crônica pode ter RNM de coluna lombar normal?
A resposta envolve três situações distintas:
Em 85% dos casos de lombalgia nenhuma doença ou anormalidade estrutural da coluna é identificada, sendo diagnosticados como dor lombar de origem inespecífica. É o tipo mais comum. Frequentemente envolve desequilíbrio gravitacional postural, do eixo sagital (coluna) e espinho-pélvico (entre coluna e bacia). Nessa situação, o corpo se projeta para frente ou para trás, exigindo maior trabalho muscular e por consequência, gerando dor. Esse desequilíbrio pode ser ocasionado por posturas viciosas, esforço repetido, trabalho pesado, postura prolongada em pé, obesidade e fraqueza muscular.
São duas condições distintas, mas que compartilham mecanismos de perpetuação de dor semelhantes. A Síndrome Miofascial envolve doença localizada de grupo muscular, com contratura mantida, sendo os músculos lombares sede frequente. A Fibromialgia é doença, por definição, de dor difusa pelo corpo, podendo a coluna lombar ser mais um local envolvido. Ambas podem resultar em dor difuncional, ou seja, ocorrerem mudanças neuroquímicas cerebrais que mantém o processo doloroso. Médico especialista no aparelho locomotor faz esses diagnósticos sem dificuldades.
A dor lombar pode decorrer de processos que envolvam as articulações da base da coluna lombar com a bacia, de nome sacroilíacas. Embora seja causa de lombalgia com lesão estrutural, essa articulação não é avaliada pela RNM de coluna lombar, sendo assim, o paciente com dano nas sacroilíacas pode passar com tal exame falsamente normal. Enfermidades reumáticas inflamatórias do grupo das Espondiloartrites, sendo a Espondilite Anquilosante a principal representente, são as responsáveis por sacrolileíte. No entanto, os sintomas dolorosos são diferenciados de todas as outras causas de dor lombar crônica, e podem ser identificados pela história clínica: a chamada lombalgia inflamatória (aprenda a identificá-la aqui).
Nos envie um email com seu interesse em se consultar com Dr Leandro Finotti, que entraremos em contato para maiores explicações e confirmação do agendamento.
Agendar