A Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (IASP) conceituou dor como “experiência sensitiva e emocional desagradável decorrente ou descrita em termos de lesões teciduais reais ou potenciais”.
Há três grandes tipos de dor. Nas dores chamadas nociceptivas, o tipo mais comum, o estímulo é originário de um tecido periférico diferente do neurológico, sadio ou inflamado. O segunda tipo é a dor neuropática, decorrente de lesões de nervos periféricos, medula ou cérebro. E por último, a dor disfuncional, que como o próprio nome sugere, é oriunda de funcionalmento anormal da neuroquímica da medula e cérebro.
Neste momento cabe a pergunta: em um joelho com sua estrutura alterada e inflamado pela osteoartrite (artrose), onde se percebe a dor? A resposta é: independente do tipo de dor, ela sempre será percebida no cérebro. Voltaremos neste assunto adiante.
A dor aguda é um sinal de alerta sobre algo errado no nosso organismo, que deve ser descoberto. No entanto, a dor crônica pode perder relação com o mecanismo de origem, tornando-se a própria doença.
Nas afecções osteoarticulares, sempre buscamos eliminar ou controlar o problema causador da dor. No entanto, há diversas condições para as quais isto não é possível, sendo que o adequado controle da dor passa a ser o objetivo principal.
A importância do tratamento precoce da dor osteoarticular aumentou com o conhecimento de que dores inicialmente localizadas, se não controladas adequadamente, podem induzir mudanças cerebrais permanentes, chamadas de sensibilização do sistema nervoso central. O resultado é o surgimento de dor crônica, do tipo disfuncional, que pode não mais ser localizada, mas “espalhada pelo corpo”. É como se o cérebro do paciente funcionasse de forma semelhante ao daqueles que possuem a enfermidade fibromialgia.
Voltando ao joelho com osteoartrite. Atualmente, não só buscamos a estabilização da doença e controle da dor localizada, como também devemos identificar o surgimento da dor crônica disfuncional e tratá-la adequadamente.
Os medicamentos que comumente são utilizados para as dores simples, nociceptivas, como analgésicos simples, opióides e anti-inflamatórios tem pouco efeito na dor crônica disfuncional.
Para o adequado controle das dores crônicas osteoarticulares, frequentemente é necessário usar outras estratégias. Isso é feito com medicamentos que dificultem a “subida” do estímulo doloroso pela medula e chegue ao cérebro, ou aumentem a eficácia de um sistema analgésico “de cima para baixo” (do cérebro para a medula), e por último, modulem a dor no próprio cérebro.
Os antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), antidepressivos duais (duloxetina, venlafaxina), anticonvulsivantes (pregabalina, gabapentina) e um analgésico opióide específico (tramadol) tem alguns desses efeitos.
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