A Artrite Reumatóide é uma doença autoimune reumática que ocasiona inflamação das articulações, que se tornam dolorosas, inchadas, enrijecidas e quentes. Esse conjunto sintomático é chamado de artrite, e é comum a várias doenças inflamatórias reumáticas. No entanto, a Artrite Reumatóide tem um alto potencial de dano articular quando mal controlada, resultando em deformidades e incapacidade.
Como características frequentes da Artrite Reumatóide, ressalta-se o envolvimento de pequenas e médias articulações de mãos, punhos e pés, grande número de articulações envolvidas, a simetria (bilateralidade) e longos períodos de rigidez ao mobilizar as juntas.
A causa é desconhecida, porém resulta da interação de um organismo geneticamente predisposto com fatores do ambiente, especialmente com agentes infecciosos e tabaco, resultando em defeitos do sistema imunológico e perda da tolerância. Isso significa que o sistema imune "defeituoso" passa a produzir agressão inflamatória contra os tecidos próprios, que é o conceito de doença autoimune.
A Artrite Reumatóide tem um fase pré-clínica, quando não há sintomas e os defeitos imunológicos podem ser detectados laboratorialmente. Seria uma fase de doença "apenas no sangue". Na sequência, as células imunológicas inflamatórias invadem o ambiente articular, provocando sintomas frustros de artralgia (dor articular), período chamado de iminência clínica. É possível que nesta fase, alguns exames, como o Ultrassom Articular com Doppler ou Ressonância Nuclear Magnética, possam captar alterações inflamatórias incipientes. Somente então, com progressão da inflamação articular ao longo do tempo, teríamos a fase clínica de artrite, com sintomas mais definidos e inflamação articular perceptível ao examinador médico.
Baseado no conceito bem estabelecido de que o tratamento precoce da Artrite Reumatóide com drogas modificadoras do curso de doença pode previnir erosões ósseas articulares e deformidades, há um grande interesse em avaliar se a intervenção medicamentosa bem precoce, em fase pré-clínica, pode resultar em benefícios ainda maiores.
A questão ainda está aberta, sem resposta científica até o momento. No entanto, grande esforço tem sido feito para identificar esses pacientes, ainda em fase pré-clinica, para que a questão seja respondida através dos estudos clínicos, beneficiando a eles e a todos os outros pacientes portadores de Artrite Reumatóide. E o racional para uma resposta positiva é muito grande.
Nesse sentido, um primeiro passo já foi dado recentemente. Uma força tarefa composta por membros da Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR) buscou identificar, através de parâmetros clínicos, os pacientes com artralgia (dor articular) com maior risco de desenvolvimento de Artrite Reumatóide. Trata-se, portanto, de esforço para captar pacientes em fase pré-clinica ou de iminência clínica, ou seja, aqueles que ainda não apresentam artrite perceptível pelo médico. Em Outubro de 2016, o grupo publicou em renomada revista Annals of the Rheumatic Diseases o que chamaram de "artralgia suspeita" (artigo na íntegra aqui). São 7 parâmetros clínicos, cujo rendimento foi comparado com a opinião de "experts".
A sensibilidade para detectar pacientes foi maior de 90% na presença de TRÊS ou mais itens, enquanto a especificidade para a doença foi mais de 90% na presença de QUATRO ou mais fatores, sempre comparado com a opinião de "experts".
Embora necessite validação mais ampla para ser usado na rotina, serve de guia de alerta para os médicos atualmente. O tratamento mais agressivo para esses pacientes ainda não pode ser recomendado. Mas, sem duvidas, os pacientes com "artralgia suspeita" devem ser monitorados de perto e com maiores cuidados por parte do reumatologista.
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