A artrose (osteoartrite) é a forma mais comum de doença articular, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma enfermidade osteodegradativa de articulações mais móveis, sendo os joelhos as mais afetadas.
Segundo conceitos moleculares modernos, a enfermidade é caracterizada por um processo catabólico e degradativo da cartilagem, inflamação de baixo grau, e falhas de processos de reparo de lesões, decorrentes de fatores biomecânicos, bioquímico-inflamatórios e genéticos. Isso embasa o nome mais científico, especialmente usado entre médicos, de osteoartrite.
Por outro lado, do ponto de vista estrutural, a doença evoluiu com quebra da cartilagem, inflamação da membrana sinovial que reveste internamente a cavidade articular e as características proliferações ósseas semelhantes a esporões (osteófitos). Essas alterações evidenciadas em exames de imagem ou por visão direta do interior da articulação (artroscopia) de aspecto degenerativo, embasa o nome mais antigo de artrose (“ose”= degeneração).
Com evolução não tratada da artrose, todos os tecidos da articulação podem ser afetados, como os meniscos, ligamentos e músculos, gerando uma insuficiência articular global.
Trata-se de doença multifatorial, em que diferentes pesos de importância para cada um dos fatores de risco podem existir para cada indivíduo em particular.
O diagnóstico da artrose de joelhos já bem estabelecida pode ser feito apenas com base nos sintomas relatados pelo paciente e no exame físico médico.
Indivíduos que apresentem dor nos joelhos e pelos menos três dos itens abaixo provavelmente são portadores de artrose de joelho:
Importante ressaltar que pessoas com síndrome patelofemoral (condromalácea patelar), geralmente mais jovens, podem ter sintomas semelhantes e a diferenciação é fundamental.
No entanto, a abordagem diagnóstica tradicional acima não é capaz de identificar casos de artrose inicial de joelhos.
Para uma identificação de doença sintomática precoce é necessário se fazer uma ponderação entre três domínios principais, que são a valorização dos sintomas iniciais centrais por parte do paciente e do médico, dentro de uma população de maior risco de desenvolver a artrose e usando, quando necessário, exames de imagem com capacidade de detectar danos prematuros.
Dor e rigidez articular. Qualquer dor no joelho sem trauma recente, dor ao subir e / ou descer escadas, ou dor que aumenta com sobrecarga. Rigidez articular muito curta (menos de 10 min) ao iniciar o movimento.
O RX simples dos joelhos é normal nos casos de artrose sintomática precoce. É considerado o primeiro exame a ser solicitado para paciente com artrose de joelhos e tem função principal de avaliar o estadiamento de danos tardios já estabelecidos. Outro uso do exame radiográfico é a avaliação de desalinhamento de eixo através do exame panorâmico dos membros inferiores e também da diferença de comprimento entre os membros através da escanometria.
As características clássicas da artrose de joelhos vistas nos exames de RX simples são o estreitamento do espaço articular focal, esporões ósseos (osteófitos), esclerose e cistos do osso subcondral. Existem algumas escalas de estadiamento diferentes, sendo a de Kellgren-Lawrence mais utilizada pelos reumatologistas.
Na fase inicial da artrose do joelho, quando os achados na história e no exame físico não são típicos e temos RX simples normal, a ressonância nuclear magnética do joelho pode ser solicitada para confirmar ou descartar o diagnóstico.
A presença de defeitos na cartilagem, acometendo parcialmente ou totalmente sua espessura, e edema da medula óssea (BME) são achados compatíveis com doença inicial.
Exame que ainda necessita de mais validação para a artrose, mas de grande interesse na pesquisa.
Mudanças na composição da cartilagem de pacientes com artrose de joelho ocorrem muito precocemente, especialmente com perda de colágeno e proteoglicanos que compõe a chamada matriz (“gelatina da cartilagem”). E isso ocorre na cartilagem antes dos danos na estrutura, como afilamento e lesões.
É possível através de softwares especiais avaliar essas mudanças composicionais. Os mais usados são o d-GMERIC (“delayed gadolinium-enhanced MRI of cartilage”) e o Mapa de T1-rho para avaliar redução do conteúdo de proteoglicanos, e o Mapa T2 para avaliar o conteúdo de água \ colágeno tipo II.
Exames de inflamação (VHS e PCR) no sangue são normais e não é esperada positividade de marcadores de artrites autoimunes (fator reumatóide, FAN ou outros).
Quando há derrames articulares (“água no joelho”) ou aumento de temperatura significativa dos joelhos, pode ser necessária punção do líquido sinovial. A utilidade principal é excluir infecções ou exacerbações da artrose pela presença de microcristais (especialmente de pirofosfato de cálcio).
Dr Leandro Tavares Finotti
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