É uma enfermidade reumática autoimune do grupo das vasculites, nas quais há inflamação da parede dos vasos sanguíneos, resultando em isquemia (redução do fluxo de sangue) de tecidos. Afeta artérias de calibre médio e grandes, com nítido predomínio de vasos craniais, sendo característico o acometimento das artérias temporais superficiais, situadas uma a cada lado da região lateral da cabeça, e também os vasos oculares, mandibulares, e linguais. Artérias carótidas e vertebrais situadas no pescoço, artérias subclávias e axilares que irrigam os membros superiores e a aorta podem ser acometidas. A Arterite de Células Gigantes é a vasculite mais comum após os 50 anos de idade, sendo causa frequente de cefaléia persistente e perda visual abrupta nos idosos.
Afeta pessoas com mais de 50 anos de idade, com média do diagnóstico entre 70-75 anos de idade. Ocorre duas vezes mais frequentemente nas mulheres do que nos homens. Raça branca é mais afetada.
A ACG começa frequentemente de forma gradual, com sintomas gerais e pouco específicos, o que dificulta o diagnóstico. Indisposição, cefaléia e febre baixa são os mais comuns. A persistência da cefaléia em idoso ou a ocorrência de outros sintomas craniais costumam ser os motivos para avançar a investigação de um diagnóstico.
A cefaléia é comumente de localização temporal, pode haver dor e sensibilidade à palpação do couro cabeludo, e a artéria tempotal superficial pode ser percebida como um cordão endurecido. Outros sintomas são dor e fraqueza para mastigar (claudicação de mandíbula), tonteiras, sensação de “cabeça vazia”. Necrose de parte da lígua é rara, mas bastante característica.
A complicação mais frequente é a chamada neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA) arterítica, ocorrendo em 20 a 30 % dos doentes. Trata-se da redução abrupta do suprimento sanguíneo para região anterior do nervo óptico, causando baixa visual aguda grave. Se a causa não for identificada e o tratamento específico pontamentamente realizado, a chance de cegueira é alta.
A doença dos vasos cervicais pode provocar acidente vascular cerebral AVC). Em aproximadamente 15% dos doentes ocorre aortite torácica com aneurismas, mas são geralmente uma complicação tardia da ACG.
Em 50% dos pacientes portadotes de ACG, pode haver sintomas da Polimialgia Reumática ao mesmo tempo, especialmente dor e rigidez em ombros e quadris.
É desconhecida. Alguns estudos encontraram ligação de fatores genéticos, agentes infecciosos e história prévia de doença cardiovascular ao desenvolvimento de arterite das células gigantes.
O passo mais importante é haver a supeita desse diagnóstico. Exames de sangue podem ser útéis, pois a maioria absoluta dos pacientes apresenta elevação de marcadores inflamatórios (VHS, PCR), porém são inespecíficos. Exames de imagem têm sido o principal avanço ao diagnóstico, especialmente o ultrassom-doppler realizado por examinadores experientes e a ressonância nuclear mangética com protocolos específicos. A biópsia da artéria temporal é o exame de diagnóstico absoluto, porém sua exigência para o diagnóstico tem sido reduzida com o avanço e padronização dos exames não invasivos de imagem. Sua execução pode ser decisiva para os casos duvidosos.
Os corticóides são altamente e rapidamente eficazes na ACG. No entanto, recidivas de doença e efeitos adversos do tratamento de longo prazo limitam o uso dos corticóides isoladamente. O metrotrexato é medicamento comumente utilizado em associação. Um grande avanço do tratamento foi a eficácia de um medicamento imunobiológico de nome Tocilizumabe, que aumenta as taxas de remissão de doença, mesmo com redução progressiva do corticóide e sua suspensão. A prescrição concominante de terapia antiplaquetária (AAS ou aspirina) reduz a ocorrência de eventos isquêmicos cerebrais.
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